Nesses primeiros anos do terceiro decênio do século XXI temos constatado retrocessos em importantes indicadores sociais, econômicos, ambientais e políticos. Quanto aos primeiros, as taxas de desemprego dispararam, a riqueza e a renda vêm se concentrando com renovado vigor, a pobreza e a miséria regressaram com força. No que se refere aos indicadores econômicos, o processo de desindustrialização segue em ritmo acelerado, enquanto o capital financeiro avança, desimpedido, sobre o produto econômico e a estrutura produtiva. Em relação aos indicadores ambientais, a destruição do meio físico (resultado de omissão oficial e descumprimento da legislação por parte de agentes privados) parece não ter mais limites – como têm evidenciado o rompimento da Barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, a pressão para autorizar a exploração mineral em terras indígenas e o aumento do desmatamento na Amazônia. Por fim, os indicadores políticos informam que os direitos individuais e coletivos têm sofrido reveses consideráveis, a ponto de se reconhecer que o Brasil caminha a passos largos em direção a um ambiente político marcado por crescente déficit democrático.

 

 

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