VI COLÓQUIO INTERNACIONAL ESTÉTICAS NO CENTRO: DA SÍLICA AO SILÍCIO

 

Goiânia, 24 a 27 de setembro de 2024

A proposta do VI Colóquio Internacional Estéticas no Centro, realizado pela Rede de Pesquisas Estéticas no Centro, dá continuidade ao fortalecimento de parcerias já estabelecidas entre a UFG e a UnB, ampliando o diálogo com o curso de Arqueologia e do Centro de Formação de Professores da PUC-GO.

O tema, nesta edição, Da sílica ao silício insere-se na virada decolonial da Estética e das Artes Visuais, tendo por base discussões que repercutem mudanças teóricas e epistemológicas na interlocução com as artes em geral.

Pensar a decolonialidade para além do “acerto de contas”, para além do período histórico da escravização e suas perversas consequências, pode abrir uma nova dimensão temporal aliada à resistência política. Um passado independente e resistente ao colonizador, seja esse político-histórico ou cultural-contemporâneo. Passado latente, mantido pelas tradições culturais em suas religiões, lutas, rituais e histórias, que geram um futuro ... “ancestral”, para lembrarmos a frase-guia de Ailton Krenak. Pisamos em um território milenar, explorado pela Arqueologia, área de pesquisa que também passa por questionamentos decoloniais, afinal muitas/os investigações/ estudos, teorias e resultados publicados surgiram no Brasil em um contexto francamente colonizador.

Neste VI Colóquio Estéticas no Centro: da Sílica ao Silício, visamos discutir o tema das imagens que resistem ou “pervivem”, apesar da cartilha de progresso que nos foi ensinada. Arqueólogos/as, imbuídos/as da crítica decolonial, acessam lugares milenares, nos quais encontram imagens, figurações ou pictogramas em abrigos e cavernas. Difícil datar diretamente, difícil identificar e interpretar o que é visto e registrado. Com o auxílio tecnológico e digital, é possível ler o que foi invisibilizado nas rochas, seja por obra de intempéries, seja em função da ação humana destruidora. A Sílica, nome geral do dióxido de silício (SiO2), e os silicatos (SiO4), é um dos óxidos mais abundantes na crosta terrestre, composto que contém silício (Si), oxigênio e metais. Ela está na matéria que forma as rochas, a areia, o quartzo e quartzitos, e serviu tanto para a feitura de instrumentos líticos no passado remoto, quanto como suporte para inscrições com uso de pigmentos: as pinturas rupestres. O elemento silício é facilmente extraído da sílica e encontra-se em quase 30% da crosta terrestre. Não é o único elemento semicondutor, mas por sua abundância tornou-se o mais utilizado na produção de circuitos eletrônicos, transistores para chips e computadores. O Vale do Silício na Califórnia é a referência do uso industrial desse elemento químico em produção tecnológica considerada de ponta.

Nesse âmbito, apresentaremos reflexões sobre as imagens em geral, considerando sua produção, a percepção que delas se têm, seu endereçamento e o tornar público que compõem o alcance de objetos culturais/artísticos. As instâncias do perceber, fazer, endereçar e publicizar constituem a base das teorias estéticas e da filosofia da arte e são intimamente relacionadas à experiência estética moderna e contemporânea.

E, cumprindo um de seus papeis, a saber, divulgar nossa cultura e patrimônio, e as reflexões sobre ambas, informamos que o VI Colóquio será aberto ao público nas conferências, mesas de discussão e comunicações.
Sejam todas/os bem-vindas/os!!!

 

CHAMADA PARA COMUNICAÇÕES ABERTAS (Website no ar)
Prazo para submissões: 12/09/2024 (www.esteticasnocentro.org)