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      A Comissão Eleitoral, em acordo com o estabelecido pelo cronograma da chamada pública para eleição da Representação Discente do PPG-FAU/UnB, torna público o resultado da eleição para o mandato 2025/2026 da Representação Discente do PPG-FAU/UnB.Representantes Discentes eleitas(os): Amanda Mendes de Lima - Mestrado (TCA) Daniela Arruda Guterres Soares - Doutorado (TAS) Érika Stella Silva Menezes - Mestrado (TAS) Gabriel Elias Parente Barreto Oka - Doutorado (TCA) João Magnus Barbosa Leite Pereira Pires - Doutorado (TCA) Raysa Oliveira Spíndola - Doutorado (TAS) Agradecemos a todos(as) que participaram do processo eleitoral. A mobilização discente fortalece os espaços democráticos e a construção coletiva do nosso Programa.

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        A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPG-FAU/UnB, no uso de suas atribuições legais, torna público e estabelece as normas do processo seletivo de credenciamento e recredenciamento como docente no PPG-FAU/UnB, em conformidade com os Regulamentos do PPG-FAU/UnB, a Resolução nº 01/2025, do PPG-FAU/UnB, a Resolução nº 80/2021, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília e a Portaria CAPES nº 81/2016.   DO CRONOGRAMA E DA DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS   De 13/06/2025 até 22/08/2025 - Período de inscrições exclusivamente pelo formulário disponível no link https://forms.gle/FGLM5qfMYVKwY5g79 De 23/08/2025 até 03/10/2025 - Análise da documentação apresentada pelos docentes e envio do resultado à Secretaria do PPG-FAU 06/10/2025 - Divulgação do Resultado Preliminar pela Secretaria do PPG-FAU na página do Programa De 07/10/2025 até 08/10/2025 - Período de recursos Até 10/10/2025 - Análise dos recursos e preparação do resultado final Até 13/10/2025 - Divulgação do resultado final pela Secretaria do PPG-FAU na página do Programa   A divulgação dos resultados de todas as etapas será realizada no site https://www.ppgfau.unb.br/   SEI_12797995_Edital_1 Resolucao_credenciamento_recredenciamento_PPG_2025  

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      III Seminário PPG-FAU: Projeto e Espaço UniversitárioDias 11 e 12 de junho de 2025 | 14h às 18hAuditório do SG-10 – Universidade de Brasília O Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU/UnB convida toda a comunidade acadêmica e interessados para o III Seminário PPG-FAU: Projeto e Espaço Universitário, que acontecerá nos dias 11 e 12 de junho, das 14h às 18h, no Auditório do SG-10, no campus Darcy Ribeiro da UnB. O seminário propõe reflexões sobre o papel da universidade como espaço de experimentação, memória e inovação, a partir de diferentes experiências arquitetônicas e urbanas, com destaque para o Instituto Central de Ciências (ICC) da UnB, ícone da arquitetura moderna brasileira. A programação inclui palestras com pesquisadores de referência de instituições como UFRGS, UFPE, Câmara dos Deputados, CEPLAN/UnB e FAU/UnB, abordando temas como: Ensino e arquitetura moderna no Brasil O ICC como espaço pedagógico e museológico Projetos e desafios dos campi universitários Integração de saberes e inovação no espaço acadêmico Organização:Luciana Saboia, Ana Elisabete Medeiros e Paola Ferrari Realização:FAU UnB | Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo | Universidade de Brasília A entrada é livre e não há necessidade de inscrição prévia.  

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      O Grupo de Pesquisa e Laboratório de Assessoria Sociotécnica PERIFÉRICO, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB), em parceria com o Grupo HABIS (IAU/USP), o Laboratório de Estudos do Meio Ambiente (LEMA - EECA/UFG), o Grupo de Estudos em Reforma Agrária e Habitat (GERAH - DARQ/PPGAU/UFRN) e o Laboratório de Projetos (LABPROJ - DAU/UFG/Campus Goiás), tem o prazer em anunciar o   IV Colóquio Habitat, Cidadania e Agroecologia no Campo, nas Águas e Florestas   que acontecerá de 2 a 5 de dezembro de 2025, no Campus Universitário Darcy Ribeiro da UnB, em Brasília/DF.   Ao longo de suas edições anteriores - realizadas em 2006 (Ceará Mirim/RN), 2011 (São Carlos/SP) e 2015 (Brasília/DF) - este evento tem se configurado em um esforço de professores e pesquisadores, especialmente da área de Arquitetura e Urbanismo, em debater a questão da habitação nos diversos territórios rurais brasileiros.   Com o tema “Ocupar, conquistar e habitar os territórios rurais em disputa, no Brasil e na América Latina, a quarta edição do Colóquio retorna a Brasília, e as atividades previstas para sua programação (Conferência de Abertura, Mesas Redondas, Sessões de Experiências, Sessões Temáticas, Lançamentos de Livros, Exposições, Feiras, Visita Técnica e a fundação da Rede Latino-Americana de Estudos sobre os Habitats Rurais) serão importantes espaços para:   1. Retomarmos e ampliarmos os debates científicos, técnicos e políticos, não apenas referentes ao problema habitacional nas áreas rurais, mas, também, sobre os processos constitutivos dos habitats rurais, do Brasil e de outros países latino-americanos; 2. Contribuirmos com as interlocuções entre o campo teórico-prático da Arquitetura, do Planejamento Territorial e da Construção, e outras áreas do conhecimento; 3. Incentivarmos a formação, a troca de experiências, a divulgação técnica e científica, e o diálogo entre os povos rurais, movimentos sociais, estudantes, professores, pesquisadores, profissionais, representantes de órgãos governamentais e de organizações da sociedade civil.   As pré-inscrições estarão abertas até 31/08 e podem ser feitas pelo link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdu3M1q5DMbAwQxSW6mKO6E6YbGmy-snf49PPA3iljezH35IQ/viewform   Os artigos completos, para cada uma das 9 Sessões Temáticas, poderão ser enviados até 30/06, para: ivcoloquioartigos@gmail.com   As normas de submissão dos trabalhos, assim como o Template com as orientações de formatação, e demais informações, podem ser acessadas no site do evento: ivcoloquio2025.wixsite.com/periferico   Não deixe de também acompanhar as atualizações no Instagram: @ivcoloquio2025   Esperamos vocês!   Comissão Organizadora Grupo de Pesquisa e Extensão PERIFÉRICO (FAU/UnB) Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade (HABIS - IAU/USP) Laboratório de Estudos do Meio Ambiente (LEMA - EECA/UFG) Grupos de Estudos em Reforma Agrária e Habitat (GERAH/DARQ/PPGAU/UFRN) Laboratório de Projetos (Depto. de Arquitetura e Urbanismo da UFG/Campus Goiás)  

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      Nome Curso Orientador       Doutorado           Amanda Moura Pinheiro Doutorado Cláudia Naves David Amorim Carolina Vivas da Costa Milagre Doutorado Maribel Del Carmen Aliaga Fuentes Caroline Cristiane Rocha Doutorado Liza Maria Souza de Andrade Daniela Arruda Guterres Soares Doutorado Marta Adriana Bustos Romero Danilo Vieira de Carvalho Doutorado Daniel Richard Sant`Ana Flora Egécia Oliveira Morais Doutorado Carlos Henrique Magalhães Lima Francisco Ricardo Costa Pinto Doutorado Ana Elisabete de Almeida Medeiros Gabriel Elias Parente Barreto Oka Doutorado Ana Paula Campos Gurgel Iracilde Titan Lima e Silva Doutorado Daniel Richard Sant`Ana João Magnus Barbosa Leite Pereira Pires Doutorado Luciana Saboia Fonseca Cruz João Renato Carneiro de Aguiar Doutorado   Lívia Silva Brandão Doutorado João da Costa Pantoja Lyvia Fialho Soares de Moraes Doutorado Valério Augusto Soares de Medeiros Marco Túlio Bones Soares Doutorado Cláudia Naves David Amorim Raysa Oliveira Spindola Doutorado Caio Frederico e Silva Yuri Nascimento Paes da Costa Doutorado Carlos Henrique Magalhães Lima       Mestrado           Aline dos Santos Silva Mestrado Neander Furtado Silva Allyson Matheus da Silva Mestrado Ricardo Trevisan Amanda Mendes de Lima Mestrado Luciana Saboia Fonseca Cruz Ana Elisa Carnauba Rodrigues Mestrado Maria Fernanda Derntl Andre Luis Cerqueira de Oliveira Cobbe Mestrado Valério Augusto Soares de Medeiros Bruna Leite Lopes Mestrado Ricardo Trevisan Felipe Miranda Rodrigues Mestrado Carlos Henrique Magalhães Lima Gabriel Lopes Montanine Mestrado Vanda Alice Garcia Zanoni Gabriela Miranda Sampaio Freires Mestrado Rômulo José da Costa Ribeiro Gedeilson da Silva Lima Mestrado Maria do Carmo de Lima Bezerra Guido Saboya de Aragão Mestrado Ricardo Trevisan Guilherme Oliveira Sales Mestrado Caio Frederico e Silva Heloisa Melo Moura Mestrado Liza Maria Souza de Andrade Iandra Beatriz Praxedes da Costa Mestrado Ana Elisabete de Almeida Medeiros Icaro Ramos Seleme Mestrado Elane Ribeiro Peixoto Igor Dourado de Faria Mestrado   Jane Cristina do Carmo Santana Mestrado Maria do Carmo de Lima Bezerra Joabson Almeida Freitas Souza Mestrado Liza Maria Souza de Andrade João Victor Che Vilanova Rodrigues Mestrado Maria Fernanda Derntl João Vitor Lopes Lima Farias Mestrado Marta Adriana Bustos Romero João Vitor Lourenço Soares Mestrado Chênia Rocha Figueiredo Julia Bianchi Ferreira Mestrado Maria Fernanda Derntl Kildere Whikichan Cezario Mestrado Raquel Naves Blumenschein Larissa Timbó de Souza Mestrado Ricardo Trevisan Luíza Rego Dias Coêlho Mestrado Sylvia Ficher Mariana Vieira de Mello Mestrado Sylvia Ficher Marina Botelho Gardes Mestrado Maribel Del Carmen Aliaga Fuentes Marlise Bohn Guimarães Mestrado Cláudia Naves David Amorim Matheus Rudo Antoniassi Pereira de Oliveira Mestrado Ana Paula Campos Gurgel Paloma Ludmyla Morais de Medeiros Mestrado Rômulo José da Costa Ribeiro Paula Iohana Razeira Mestrado Liza Maria Souza de Andrade Pedro Gomes Ferreira Mestrado Márcio Augusto Roma Buzar Rafael Santos Silva Mestrado Flaviana Barreto Lira Rubens Ferreira Filho Mestrado Carolina Pescatori Candido da Silva Viviane Ribeiro Correia Mestrado Pedro Paulo Palazzo de Almeida Wilson Eulalio Porto Mestrado Valério Augusto Soares de Medeiros

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    Divulgação das pessoas selecionadas que tiveram a documentação aceita pelo PPG-FAU/UnB e que será analisada pelo DPG e SAA.   Doutorado   Amanda Moura PinheiroCarolina Vivas da Costa MilagreCaroline Cristiane RochaDaniela Arruda Guterres SoaresDanilo Vieira de CarvalhoFlora Egécia Oliveira MoraisFrancisco Ricardo Costa PintoGabriel Elias Parente Barreto OkaIracilde Titan Lima e SilvaJoão Magnus Barbosa Leite Pereira PiresJoão Renato Carneiro de AguiarLívia Silva BrandãoLyvia Fialho Soares de MoraesMarco Túlio Bones SoaresRaysa Oliveira SpindolaYuri Nascimento Paes da Costa   Mestrado   Aline dos Santos SilvaAllyson Matheus da SilvaAmanda Mendes de LimaAna Elisa Carnauba RodriguesAndre Luis Cerqueira de Oliveira CobbeBruna Leite LopesFelipe Miranda RodriguesGabriel Lopes MontanineGabriela Miranda Sampaio FreiresGuido Saboya de AragãoGuilherme Oliveira SalesHeloisa Melo MouraIandra Beatriz Praxedes da CostaIcaro Ramos SelemeIgor Dourado de FariaJane Cristina do Carmo SantanaJoabson Almeida Freitas SouzaJoão Victor Che Vilanova RodriguesJoão Vitor Lopes Lima FariasJoão Vitor Lourenço SoaresJulia Bianchi FerreiraKildere Whikichan CezarioLarissa Timbó de SouzaLuíza Rego Dias CoêlhoMariana Vieira de MelloMarina Botelho GardesMarlise Bohn GuimarãesMatheus Rudo Antoniassi Pereira de OliveiraPaloma Ludmyla Morais de MedeirosPaula Iohana RazeiraPedro Gomes FerreiraRafael Santos SilvaRubens Ferreira FilhoViviane Ribeiro Correia Wilson Eulalio Porto

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    Os servidores do PPG-FAU aderiram ao PGD, em 09/10/2024, atendendo presencialmente e remotamente em novos horários. Confira as informações.   Chat pelo teams e e-mail institucional: ppg-fau@unb.br    Os 02 servidores da Secretaria do PPG-FAU/UnB aderiram, a partir de 09/10/2024, ao Programa de Gestão de Desempenho - PGD, implementado pelo Governo Federal, prestando serviços públicos na forma híbrida, ou seja, presencial e remota (teams, e-mail institucional e ramal webex).   A equipe atende à comunidade todos os dias, de segunda a sexta. Nessa moderna forma de prestação de serviços públicos orientada a resultados, a cidadã e o cidadão escolhem como desejam ser atendidos, podendo ser ou presencial ou remoto (utilizando tecnologias como teams e e-mails institucionais) ou pelo ramal institucional virtual webex.   Os 03 servidores, dias, horários e tecnologias a serem utilizadas para facilitar o atendimento constam a seguir:   Servidor técnico-administrativo: Francisco Júnior. Cargo: Recepcionista. Horário de atendimento presencial: de segunda a quinta, das 07:45 às 11:45. Horário de atendimento remoto: de segunda a quinta, das 14:00 às 18:00 e sexta, das 07:45 às 11:45 e das 14:00 às 18:00. Ramal institucional virtual webex: (61) 3107-7439. Chat pelo teams e e-mail institucional: franciscojr@unb.br.   Servidor técnico-administrativo: Diego Luna. Cargo: Assistente em Administração.  Horário de atendimento presencial: terça e sexta, das 07:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:00. Horário de atendimento remoto: segunda, quarta e quinta, das 07:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:00. Ramal institucional virtual webex: (61) 3107-7440. Chat pelo teams e e-mail institucional: diegoluna@unb.br.  

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    Certificado | Premiados e Menções Honrosas | Prêmio ANPARQ 2024 Modalidade Projeto de Extensão Em nome da ANPARQ, Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, vimos certificar que o trabalho Programa de Residência Multiprofissional CTS Habitat, Agroecologia, Economia Solidária e Saúde Ecossistêmica: Vivências Territoriais de autoria de Projeto: Liza Maria Souza de Andrade e Ricardo Neder, recebeu menção honrosa na modalidade Projeto de Extensão do Prêmio ANPARQ 2024. Equipe: Flaviane Canavesi, Aldira Dominguez, Vânia Loureiro, Perci Coelho, Flávio Costa, Heliana Mettig Rocha; Cristiane Guinâncio, Vanda Zanoni, João Pantoja, Cristiane Barreto, Marcio Busson, Maria Luiza Pereira, Luiz Carlos Spiller, Luis Antonio Pasquetti, Ana Luiza Aureliano Silva, Valmor Pazos, Juliette Lenoir, Natália Lemos, Luana Figueiredo Oliveira, Luís Guilherme de Andrade, Lívia Barros, Diogo Sakai, Simone Tostes, Ariadne Moraes, Abel Escovedo, Acácio Machado, Alexandra Cavalcante, Fernanda Keler, Francisco Bittencourt, Geovana Santos, Guiga Nery, Gustavina da Silva, Heloisa Moura, Jéssica Franco, Jéssyca Ribeiro, Larissa Cordeiro, Letícia Claro, Lucas Mazocco, Luís Reis, Marcos Cruz dos Santos, Matheus Oliveira, Nadi Santos, Paula Iohana, Priscila Castro, Rafael Bastos; Raissa Gramacho, Talyrand Jorcelino, Thiago Mendonça, Valmor Pazos Filho, Vitória Bartholo, Watson Chaves, João Vitor Lima, Mariana Maia. A premiação é o momento em que se estabelece o contato da associação com a produção acadêmica de pós-graduação do Brasil e uma maneira de valorizá-la. Desta forma, constitui-se em uma celebração de importância própria da área de Arquitetura e Urbanismo.  

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      O Grupo de Pesquisa “LAB - Mulheres, Arquitetura e Territórios”, vinculado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB), anuncia a abertura das inscrições para o processo seletivo de uma bolsista para integrar a equipe do projeto "Diretrizes para o Projeto Arquitetônico e Executivo da Casa da Mulher Indígena".

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    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FAU   1.1 A Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília - PPG-FAU/UnB, no uso de suas atribuições legais, torna público e estabelece com base nas normas, o processo seletivo para o preenchimento das vagas do curso de Mestrado Interinstitucional do PPG-FAU/UnB e da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, em conformidade com as exigências do Regulamento deste PPG-FAU/UnB e das Resoluções nº 080/2021, nº 044/2020 e nº 090/2022 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB, Resoluções nº 05/2020, nº 06/2020 e nº 11/2020 da Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação da UnB.   1.2 O presente edital foi aprovado pela Comissão de Pós-Graduação do PPG-FAU/UnB, em reunião realizada em 08 de novembro de 2024 e pela Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Brasília.   CURSO   Mestrado Interinstitucional - Universidade de brasília (UnB) e a Universidade Federal de Campina Grande - UFCG.   VAGAS   1.3 Este processo seletivo será realizado por meio de 06 (seis) sistemas de vagas, a saber: a) Sistema Universal - ampla concorrência; b) Sistema de Política de Ações Afirmativas para Negras(os); c) Sistema de Política de Ações Afirmativas para Povos Indígenas; d) Sistema de Política de Ações Afirmativas para Quilombolas; e) Sistema de Política de Ações Afirmativas para Pessoas com Deficiência - PCD; e f) Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP - 2024) - Vagas para servidores da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG.   Período de inscrições.   de 23/12/2024 a 27/06/2025.   Valor da taxa de inscrição.   R$ 220,00 (duzentos e vinte reais).   Atos, editais, comunicados e demais informações.  23/12/2024    EDITAL PPG-FAU/UnB Nº 09/2024.    23/12/2024  Anexo I - EDITAL PPG-FAU Nº 09/2024.  22/01/2025    Retificação - EDITAL PPG-FAU/UnB Nº 09/2024 21/05/2025  Retificação - EDITAL PPG-FAU/UNB Nº 03/2025 - altera cronograma do processo seletivo 07/07/2025  Homologação das inscrições 09/07/2025  Resultado da etapa 02: avaliação dos Projetos de Pesquisa e Currículos Lattes 14/07/2025  Horários e links para as entrevistas dos candidatos 18/07/2025  Resultado - etapa 03: divulgação dos resultados das arguições orais. 18/07/2025  Resultado Final - divulgação das pessoas selecionadas   18/07/2025  Confirmação de ingresso  

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          1.1. O PPG-FAU/UnB torna público o Edital PPG-FAU nº 06/2024, orientado a estimular e viabilizar a execução de produção científica, projetos de pesquisas científicos, tecnológicos e de inovação, de discentes no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UnB, mediante cota de auxílio financeiro oriundo do PROAP – 2024, e que resultem em produtos bibliográficos: a) artigos em periódicos publicações nível Qualis (2017-2020) A1, A2, A3, A4, B1 ou B2 ou com fator de impacto similar; b) trabalhos completos aceitos para apresentação oral em conferências nacionais ou internacionais realizados em data posterior ao lançamento deste edital. c) livros autorais ou como organizador, capítulos de livros ou coletâneas publicados por editora com conselho científico, após a data de publicação deste edital. 1.2. Este edital objetiva apoiar a perenidade e elevar a produção científica, de projetos de pesquisas científicos, tecnológicos e de inovação do corpo discente do PPG-FAU/UnB. Leia mais (...)    

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    A Tese intitulada “Positive Energy Schools with Cool Materials and Passive Strategies: Scenarios and Perspectives for the Brazilian Context”, de autoria de Camila Machado de Azevedo Correia, orientada por Profa. Dra. Cláudia Naves David Amorim e coorientada por Prof. Dr. Matthaios Santamouris, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB/DF) recebeu Menção Honrosa na Categoria 2 do 1º Prêmio ANTAC de Teses e Dissertações.          

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    PROGRAMA INSTITUCIONAL DE DOUTORADO SANDUÍCHE NO EXTERIOR (PDSE)      - EDITAL 26/2024.   - Edital PPG-FAU 02/2025 para Seleção interna de discentes de doutorado para candidatura ao Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior - PDSE/CAPES - Edital 26/2024.   - Faça sua inscrição aqui.    - Resultado preliminar.    - Resultado final.   Cronograma:   Atividade Prevista Período/Data Responsável Seleção interna (nas IES) dos candidatos. Até dia 30 e janeiro de 2025. Instituição de Ensino Superior Inscrição das candidaturas no sistema da Capes, incluindo preenchimento do formulário de inscrição online e envio da documentação obrigatória.   Do dia 4 de fevereiro até 4 de março de 2025.   Candidato Homologação dos candidatos inscritos no sistema da Capes.   De 12 de março a 02 de abril de 2025. Pró-Reitoria de Pós- Graduação ou órgão equivalente Publicação da relação das inscrições homologadas. A partir de 8 de abril de 2025. Capes Análise técnica das candidaturas pela Capes. De 9 de abril a 23 de maio de 2025 Capes Interposição de recurso administrativo nos casos de indeferimento na etapa de análise técnica. Em até 10 dias corridos após a comunicação de indeferimento realizada pela CAPES.   Candidato Publicação da relação de aprovados na análise documental após recurso. A partir de 4 de junho de 2025. Capes Início das atividades no exterior. Setembro e Outubro de 2025. Bolsista    

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      XVIII EBRAMEM - ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE MADEIRA 2025 Considerado o mais importante fórum nacional de discussão, atualização e divulgação de informações técnico-científicas voltado para as ciências aplicadas à madeira. O evento está em sua 18º edição e reunirá pesquisadores e profissionais do Brasil e do exterior, interessados em ampliar seus conhecimentos e buscar novos parceiros no setor da construção em madeira. Além do evento científico, o XVIII EBRAMEM terá oficinas práticas, visitas técnicas, feira de exposição e negócios e o Prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira. O evento será realizado de 05 a 09 de maio de 2025, em Curitiba-PR, nas instalações da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), na Universidade Federal do Paraná e em escolas parceiras. Para o evento científico, os eixos temáticos são:1. Construções e sistemas construtivos: práticas nacionais e internacionais2. Arquitetura em madeira3. Projetos estruturais e de ligações em madeira (maciça, engenheirada, LWF)4. Industrialização da madeira5. Segurança contra incêndio nas edificações em madeira6. Conservação de edificações históricas em madeira7. Recuperação de estruturas de madeira8. Habitação em madeira9. Normas técnicas para estruturas de madeira10. Sustentabilidade e tópicos especiais Calendário:Inscrição e submissão de trabalhos completos não identificados: prorrogado para até 31/08/2024Aceite de artigos e Notificações de revisão: 01/08/2024 a 30/10/2024Submissão final dos trabalhos completos identificados: 01/11/2024 a 31/01/2025Congresso Científico: 05 a 07/05/2025Oficinas e Visitas Técnicas: 08 e 09/05/2025 ⚠️ Pesquisadores do Rio Grande do Sul terão extensão do prazo para o envio dos artigos completos. Para mais informações, entrem em contato pelo email ebramem18@gmail.com Para o envio dos trabalhos completos, acesse o link abaixo:https://www.even3.com.br/ebramem2025/ 🚨 INSCRIÇÕES ABERTAS!!!Clique no link abaixo para ver os valores:https://026f77e4-3fa7-44a7-8ab9-98155e7bd1e1.filesusr.com/ugd/0cf0c2_616f0011eca54bab91ad4a3be19fc2ac.pdfClique no link abaixo para se inscrever:https://www.even3.com.br/tickets/get/ebramem2025?even3_orig=get_tickets ⚠️ Lembramos que os(as) associados(as) do IBRAMEM com as anuidades em dia e novos(as) associados(as) usufruem de desconto na inscrição do evento. Para mais informações, acompanhe as atualizações em:site - https://ebramem18.wixsite.com/ebrameminstagram - @ebramem2025email - ebramem18@gmail.com Para saber como apoiar ou patrocinar o evento, acesse o link:https://ebramem18.wixsite.com/ebramem/c%C3%B3pia-evento-cient%C3%ADficohttps://ebramem18.wixsite.com/ebramem/colaboreemail - ebramem18@gmail.com        

  • Institucional

        Internacionalização do PPG-FAU/UnB.     A diretriz do PPG-FAU/UnB é fortalecer ações de internacionalização em consonância com diretivas da UnB e da CAPES. Para isso, a FAU-UnB mantém uma comissão de trabalho com o propósito de amparar e coordenar ações de internacionalização em nível de graduação e pós-graduação.      Atualmente, os projetos e atividades de internacionalização do PPG-FAU/UnB desenvolvem-se por meio de articulações em modalidades e graus de interação diversos, compreendendo 08 (oito) ações:    Acordos formais de cooperação e entendimento entre instituições;  Grupos e redes de pesquisa com parcerias internacionais;  Alunos internacionais, especialmente a partir dos Editais do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras – GCUB, realizados anualmente; Mobilidade de docentes e discentes; Acolhimento de pesquisadores visitantes e pós-doutorandos; Organização de eventos internacionais;  Organização de palestras com professores e especialistas estrangeiros; e Publicações em periódicos internacionais, participação em livros e outras publicações com pesquisadores estrangeiros.     Entre as iniciativas para o fortalecimento das ações de internacionalização, destacam-se 06 (seis) ações:   Incentivar a inserção de professores visitantes ao Programa; Ampliar as orientações em cotutela e dupla titulação; Estimular bancas de defesa de mestrado e doutorado com pesquisadores estrangeiros, no sentido de fortalecer redes de pesquisa globais; Continuar a apoiar missões internacionais e de estágio pós-doutoral; Planejar disciplinas e atividades em língua estrangeira (Espanhol e Inglês); e Expandir acordos internacionais e consolidar essas ações de internacionalização dos Laboratórios e Grupos de Pesquisa, dando visibilidade a tais ações no site correspondente e em periódicos qualificados.       Cotutelas.   Universidade de Lisboa  Katholieke Universiteit Leuven      Programa de doutorado-sanduíche no exterior (PDSE).   Visa apoiar a formação de recursos humanos de alto nível por meio da concessão de bolsas de doutorado-sanduíche no exterior aos cursos de Doutorado reconhecidos pela CAPES. Seleção 2022 Seleção 2023 Seleção 2023 Seleção 2024 - Ata do resultado

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        Edital PPG FAU UnB nº 04/2025 – Bolsas de Demanda Social para Mestrado e Doutorado   A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB) abre inscrições para o processo seletivo de bolsas de demanda social destinadas a estudantes de mestrado (24 meses) e doutorado (48 meses) do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPG-FAU). As bolsas visam incentivar a dedicação integral aos estudos, priorizando candidatos em condição de vulnerabilidade socioeconômica e pertencentes a grupos afirmativos (indígenas, quilombolas, pessoas negras e com deficiência).   Principais informações: Critérios de prioridade:   Candidatos autodeclarados indígenas, quilombolas, negros ou com deficiência. Participantes de programas de assistência estudantil (PPAES) ou inscritos no CadÚnico. Remanescentes: avaliação por mérito acadêmico (40%) e condição socioeconômica (50%).   Documentação para inscrição (até 09/06/2024):   RG, Currículo Lattes atualizado, comprovantes de produção acadêmica e, se aplicável, documentos de ações afirmativas ou CadÚnico. Formulários online: https://forms.office.com/r/hz9XE64fQJ e https://forms.gle/F3raf6d5kf6vs1CC7   Obrigações dos bolsistas:   Excelência acadêmica (notas ≥ MS), publicação de artigos, participação em eventos e estágio de docência. Apresentação de relatórios anuais de atividades.   Cronograma:   Inscrições: 28/03 a 06/04/2025. Resultado parcial: 14/04/2025. Recurso: 15 a 16/04/2025 por e-mail para: ppg-fau@unb.br Resultado final: 18/04/2025.   Dúvidas?Entre em contato pelo e-mail ppg-fau@unb.br ou acesse o edital completo no site do PPG-FAU/UnB.     Edital PPG-FAU UnB nº 04/2025 - Formação da lista para bolsas de demanda social de mestrado e doutorado Anexo 1 - Critérios e pontuação para solicitação de bolsas para mestrado e doutorado do PPG-FAU/UnB Comunicado 01 - Resultado preliminar para formação da lista para bolsas de dememanda social de mestrado e doutorado Comunicado 02 - Resultado preliminar para formação da lista para bolsas de dememanda social de mestrado e doutorado atualizado Comunicado 03 - Resultado final para formação da lista pra bolsas de demanda socila de mestrado e doutorado Comunicado 04 - Lista de espera para concessáo de bolsas de estudos atualizada após cadastro de novos bolsistas em maio e 2025    

Circular de Chamada para Submissão de Artigos Revista de Estética e Semiótica Volume 13, Número 2, Ano 2023

 

Tema: Para Além dos Limites: Pensamento Crítico e Reflexões Estéticas na Sociedade Contemporânea

Prezados pesquisadores, acadêmicos e profissionais,

É com grande satisfação que convidamos aos acadêmicos, pesquisadores e pensadores para explorar as profundas interconexões entre cultura, arte e arquitetura por meio de uma lente interdisciplinar e contribuírem com seus conhecimentos e pesquisas para o Volume 13, Número 2, Ano 2023, da Revista de Estética e Semiótica (RES). A RES é um periódico semestral desenvolvido pelo Núcleo de Estética, Hermenêutica e Semiótica (NEHS) do Programa de Pesquisa e Pós Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (PPG-FAU/UnB).

 

Tema em Destaque:

Neste volume, convidamos à submissão de artigos que aprofundem as intricadas interseções entre cultura, arte e arquitetura sob uma perspectiva verdadeiramente interdisciplinar e enriquecedora. Estamos em busca de contribuições que explorem de forma inovadora questões estéticas, hermenêuticas e semióticas ligadas às manifestações culturais e artísticas, além de examinar como essas expressões dialogam com o ambiente circundante. Incentivamos uma diversidade de abordagens teóricas e metodológicas, todas destinadas a ampliar a compreensão desses domínios. Em anexo, enviamos uma reflexão nossa sobre as questões, para instigar seus posicionamentos:

  1. Desafio à Consciência Crítica na Filosofia da Arte.
  2. Repensando a Educação Superior e suas Fronteiras.
  3. Arquitetura e Identidade Cultural.
  4. Imperialismo, História e Transformações Globais.
  5. Desafios do Pensamento e Reflexão.
  6. Interpretação da Arte e Herança Filosófica.

Áreas de Interesse (mas não limitadas a):

  • Análise semiótica de obras de arte e arquitetura.
  • Estética da cultura visual e suas manifestações.
  • Hermenêutica das formas culturais e artísticas.
  • Impacto das criações culturais no espaço arquitetônico.
  • Interações entre linguagem, imagem e espaço.
  • Reflexões filosóficas sobre arte, cultura e arquitetura.
  • Étíca, Política e Ordem do Discurso.
  • Teória do Conhecimento.

Submissões e Diretrizes:

A RES convida a submissão de artigos, projetos, resumos, traduções, resenhas, fotografias, contos, críticas, entrevistas e matérias que se enquadrem no escopo da revista. Todos os trabalhos serão avaliados por pares dentro do Conselho Científico da RES, garantindo qualidade e rigor científico.

Para mais informações sobre as diretrizes de submissão e as políticas da revista, por favor, visite nosso site: Revista Estética e Semiótica (unb.br)

 

Datas Importantes:

- Data de Submissão: 01/09/2023

- Data Limite de Submissão: 30/09/2023

- Previsão de Publicação: 31/12/2023

Revista de Estética e Semiótica se orgulha de oferecer acesso livre ao conhecimento científico, acreditando que essa prática contribui para a democratização global do saber. Agradecemos antecipadamente por seu interesse e contribuição para a RES.

 

Atenciosamente,

Prof. Dr. Flávio René Kothe

Editor-chefe, Revista de Estética e Semiótica

nucleoehs@gmail.com

 

APRESENTAÇÃO 

Volume 13, Número 2, Ano 2023

 

A formação brasileira tem sido marcada por séculos de lavagens cerebrais inconscientes. Começou com a Igreja Católica, que assessorava a dominação da Corte e recebia ricas prebendas por isso. As cidades eram construídas em torno de uma igreja matriz, para que todos girassem em torno dela. Isso foi estendido para dentro das escolas, em que se doutrinavam crianças que não tinham tirocínio crítico para pensar por si. Abuso de incapazes nunca foi um nome dado a isso. No entanto, a “inteligência esclarecida” ficou espantada com os delírios golpistas evangélicos, os acampamentos em frente aos quartéis, o chamamento de ETs com celulares para o alto. O ridículo se concentra num ponto para não haver espanto com o delírio permanente da história.

 

Há um século a população brasileira vem sofrendo de PSYOPS, lavagens cerebrais pela mídia segundo os interesses do governo americano, mas esse conceito não é repassado nos cursos das universidades nem na grande mídia. Não há politização no sentido da conscientização dos vetores geopolíticos que atuam sobre nós. Se começou com simples filmes de faroeste, em que se aprendia a torcer pelo mocinho contra índios e mexicanos, expandiu-se pelos “enlatados”, domina as narrativas na mídia e os noticiários que são apresentados. As pessoas reproduzem o que lhes foi doutrinado e acham que estão pensando por si. São marionetes.

 

Qual é a consciência crítica brasileira diante do que se diz em filosofia da arte nos últimos anos? Promove-se Danto como grande novidade, sugere-se que, quanto mais o artefato for lixo reciclado, tanto mais contemporânea e artística será a obra (invertendo a hipótese de Hípias de que belo é o ouro, refutada por Sócrates dizendo que Fídias havia preferido o mármore, a prata e o marfim para representar os deuses) ou que colocar algo como um pissoir numa galeria é um choque estético, temos de concluir que não temos nada novo, mas de novo se cometem enganos antigos. Há carência de informações. O principal é, porém, que não se está vendo o que é mais relevante, algo que vem sendo determinado por uma guerra híbrida entre um mundo unipolar e outro que pretende ser multipolar.

 

Com isso não estamos querendo sugerir que no Brasil se esteja pensando melhor. Pelo contrário, a medianidade do pensamento é assustadora. Os grandes problemas não são postos nem aprofundados. O que prepondera na universidade é certa miopia técnica, que se crê acertada ao só catar detalhes de sua área, sem ver a necessidade de correlação com outras áreas e sem notar que o reexame da dimensão teórica dos problemas práticos muda o modo de os encarar e resolver.

 

A técnica quer resolver um problema, mas não quer pensar adiante. Evita buscar os caminhos que a pesquisa interdisciplinar já vem propondo há tempos. É difícil ser competente em mais de uma área, mas não se é competente em nenhuma se não se for competente em mais de uma. É mais fácil fazer o mesmo de sempre.

Niemeyer dizia que não conhece arquitetura quem conhece apenas arquitetura. O minimalismo, por exemplo, pode poupar custos e aumentar lucros. A geração de arquitetos que exercia uma reflexão humanística mais ampla parece ter perdido seus maiores representantes e não foi substituída por uma geração mais apta a continuar o trabalho. Pelo contrário, tem-se cada vez mais o banimento da reflexão filosófica, sociológica, econômica e, principalmente, política.

 

Desenvolveu-se algo que se tem chamado de “arquitetura verde” e “sustentabilidade”, mas isso tem mais a ver com uma diminuição de custos com água e energia elétrica do que com a discussão das premissas. É mais para fazer o mesmo de sempre. Em vez de se empenhar em romper com os paradigmas estabelecidos, essa abordagem parece contentar-se com modificar superficialmente o status quo. Assim, apesar da intenção de promover avanços, a arquitetura contemporânea frequentemente se encontra aprisionada em uma contradição: almeja inovação, mas muitas vezes produz apenas variações do usual.

 

A aspiração por uma abordagem minimalista extrema emerge como outro exemplo flagrante dessa contradição. Sob a justificativa de buscar a essência do simples, essa tendência frequentemente oculta uma motivação subjacente mais voltada para a economia e a maximização dos lucros. O que aparentemente seria uma busca pela pureza arquitetônica muitas vezes mascara a necessidade de redução de custos e aprimoramento do retorno financeiro.

Por outro lado, observa-se uma paradoxal tirania da uniformidade e massificação no cenário global das construções. Edifícios lisos, espelhados e concretados, desprovidos de individualidade, parecem surgir em profusão, espalhando-se de um polo ao outro do globo. Nesse emaranhado de estruturas, a diversidade de estilos e expressões arquitetônicas dá lugar a uma paisagem repetitiva e homogênea. A busca por eficiência e padronização resulta na perda da identidade própria de cada local e cultura.

 

Assim, a arquitetura contemporânea se encontra em uma encruzilhada intrigante. Enquanto os intentos de inovação, simplicidade e sustentabilidade são proclamados, as forças subjacentes de economia, lucro e uniformidade limitam o alcance dessas aspirações. A riqueza potencial da arquitetura como expressão cultural e artística enfrenta desafios no mundo atual, convidando a uma reflexão sobre os valores subjacentes que moldam o ambiente construído.

A arquitetura se destina a promover conforto. Todos querem uma casa boa numa vizinhança agradável. Uma pergunta primária seria, porém, saber se o ser humano realmente merece isso, se ele é “humano”. Qual é a relação entre construir e destruir? Até que ponto o conforto humano é feito às custas do desconforto da natureza? A premissa simples se torna simplória. A resposta não é apenas apontar para mansões construídas por traficantes em favelas ou condomínios horizontais.

 

Delimitar a validade da premissa exige examinar a relação intrincada entre conforto e mérito humano em um contexto mais amplo. Não se trata apenas de constatar extremos, mas de explorar nuances e complexidades que envolvem o que caracteriza o “humano”. O homem não sabe o que ele é, mas tem certeza de ser melhor do que de fato é. A aparente simplicidade da premissa arquitetônica exige contemplação mais ampla. Não há resposta plena, mas a pergunta transcende exemplos extremados e adentra um terreno que abarca variáveis éticas, sociais e filosóficas.

Vitrúvio não tinha dúvidas em dedicar sua obra ao divino César e se concentrar em promover segundo modelos gregos a construção de templos, prédios governamentais e palácios que mostrassem a grandeza do império romano. Sua “ideia” era ostentar em prédios a grandeza. Isso está no British Museum, na Museum Insel, em Washington. O imperialismo romano tentou ser uma continuação do helênico e foi sucedido pelo grande império da Igreja Católica, que se expandiu por toda a América Latina e nos atinge diretamente.

 

Não é por acaso que Washington foi construída no modelo neoclássico da antiguidade. Os ianques queriam fazer um grande império, segundo os modelos antigos. Os Estados Unidos não são apenas um país, uma república que se diz democrática: são um império, que nos domina e nos controla. Estão em guerra permanente. Os dois partidos que o governam são a favor da guerra. São um país que se formou com o genocídio sistemático dos povos indígenas, a anexação de territórios franceses, a tomada de grande parte do México e só não tomou o que hoje é o Canadá porque a Inglaterra não deixou. Tem quase mil bases militares fora do país: os países tomados deixam de ser soberanos.

Os militares brasileiros têm uma tradição de golpes, a começar com a proclamação da república (que exige ser escrita em maiúsculas, o corretor voltou a avisar, para que se respeite a divindade do gesto, sendo suspeito de monarquista quem não o cumpra), mas no século XX passaram a seguir comandos americanos, assim como Dom Pedro I pouco após a independência fez a indecência de largar o governo no Brasil para obedecer ao que os ingleses queriam que ele fizesse em Portugal. Manter a monarquia teria sido dar força aos latifundiários mais reacionários, mas a república não cuidar dos libertos dizia bem do compromisso militar com o latifúndio. São pequenos exemplos de reflexões que não são feitas em aula.

 

A escola brasileira não desenvolve uma consciência crítica nos jovens. Não houve e não há politização. O problema não é apenas não substituir o livro didático por mídia eletrônica, a ponto de suprimir a leitura de textos densos e longos. O problema é que nem se sabe ler e decifrar a mídia porque a própria mídia corporativa não sabe ler, ou pior, não quer que se leia.

Se a guerra da Ucrânia parece conveniente aos americanos, pois ataca a Rússia sem matar soldados ianques, sem se desgastar com milhares de mortos sendo entregues às famílias nos Estados Unidos, como ocorreu nas tantas guerras em que o imperialismo tem se metido, ela é, no entanto, um sintoma para possíveis mudanças no mundo. O que está em jogo é o rompimento gradual da ordem unipolar, abrindo espaços para a emergência de novas abordagens nas esferas do pensamento, das relações internacionais, do comércio e da convivência entre nações. Mesmo que a análise da situação na mídia corporativa não vá além da visão superficial, os fatos continuam a carregar as contradições. Isso reforça a necessidade de examinar cuidadosamente não apenas os resultados imediatos, mas também os efeitos mais amplos no tabuleiro das relações internacionais e das nossas reações mentais.

 

Estamos em plena guerra, militar e digital, fazendo de conta que a militar ainda não nos atingiu, embora esteja explodindo em vários lugares. O BRICS-11 pode ser uma virada na história, mas não é certo que estejamos à altura dessa mudança. A nossa vocação é negacionista. Negamos a morte como negamos que a guerra digital esteja conosco. Estamos mortos no espírito e não sabemos: somos imortais porque já morremos, não podemos morrer mais. Cadáveres adiados que procriam cada vez menos ideias. A agressiva política identitária, se for parte das Psyops em curso, serve para esconder o problema da desigualdade social, da contraposição entre ricos e pobres inerente ao capitalismo. Não pensar e ficar grudado na televisão não irá resolver as coisas: são formas de fuga, como são as religiões.

 

Essas ânsias imperiais que marcam a história e são etapas de seu percurso mostram a predominância de um ser dito humano mas que é dominado pela vontade de poder: ele trata de se impor a quem puder, a tudo que puder. A técnica é a aplicação prática dessa ânsia de dominar. Ela quer resolver coisas práticas, sem discutir seus fundamentos. Ela não pensa adiante. Acha que o que importa é o que está no horizonte do que ela olha. Não só, porém, horizontes se deslocam com o andar, dando novas perspectivas a quem quer olhar: as coisas se tornam diferentes, não são mais as mesmas.

 

Quando de uma coisa firmamos um objeto de conhecimento, fazemos de conta que a coisa é esse nosso objeto; da perspectiva da coisa, o nosso objeto a deixou intangida e intocada. Recobrimos com linguagens várias as nossas percepções, tendo a ânsia de que, quanto mais signos usamos, mais chegamos às coisas, enquanto de fato mais delas nos afastamos. De certo modo, a coisa é o inconsciente do nosso objeto de conhecimento, que se torna então um objeto de encobrimento.

 

Quando se fala em hermenêutica, supõe-se que ela seja um modo de explicar e explicitar o que estaria contido num texto: o “conteúdo subjacente”. O que aí se faz é, no entanto, a tradução do seu desconhecimento ao nosso modo de entendimento. Não se vê o que foi “contido”: impedido de ser acessado, manipulado para que não se visse. Não entendemos o “original”, pois ele se torna a projeção de nossa reconstrução, a tradução de nós no outro como se fosse o outro. Traduzimos como original a tradução e versão que dele fizemos para nós.

 

A “análise” deveria partir de um não-texto, de algo que não é o texto que nos é apresentado para ser explicado e explicitado em outra linguagem. A análise precisa se negar como mera aplicação de esquemas a priori para poder chegar a si mesma. O texto proposto só se entende a partir do texto não posto. A compreensão do texto dado emerge somente em relação ao texto que só foi “presenteado” como ausência, escamoteado. O ausente, aquilo que não foi dito, pode delinear, porém, com mais clareza o perfil do que nos é proposto e imposto. A compreensão do ser se sugere e surge a partir da concepção do não-ser. Só se pode pensar o ser a partir do não-ser, mas também o não-ser só a partir do ser.

 

Por que existe o ente e não o nada? A questão de Leibniz tinha uma teologia evidente: porque Deus assim o quis. E se não há deus nem vontade? Será que as coisas são como o homem pretende determinar que elas sejam? É essa vontade de poder que de fato move toda a tradição filosófica, científica e técnica ocidental?

Não basta Heidegger dizer que a dominação americana sobre o mundo é uma continuação da ânsia europeia de dominar e colonizar o mundo. Há uma diferença aí. No que ele diz, é como se a Europa continuasse a dominar o mundo numa Europa dominada. Falta ver que a Europa – com suas antes poderosas metrópoles coloniais – se tornou colônia de uma antiga colônia britânica. Os pensadores europeus não sabem pensar isso, não ousam pensar que seus Estados não são soberanos. Os que tentaram foram eliminados ou postos de escanteio. Eles têm medo de pensar o que dói no seu orgulho de antigas metrópoles, ora invadidas por carentes das antigas colônias e lutando para manter formas de neocolonialismo.

 

Aos poucos surgem preocupações com a preservação do meio ambiente e com a necessidade de pensar o social em termos de ecossociologia. Elas não chegam, porém, a ver o “humano” da perspectiva das vítimas. Endossar a dominação da natureza é aceitar a dominação social. A arte tem dado sustentação e apoio a ambas. É preciso desconfiar de sua aura e seu tabu.

A história da civilização tende a ser uma história de destruições, que se vê só como construção positiva. Há um endosso dos senhorios do passado para acatar a dominação ora vigente: submeter-se. Essa visão retrospectiva limita o pensamento prospectivo, tornando difícil a formulação de soluções avançadas.

Quando a projeção para o futuro é negligenciada, ocorre uma interrupção no processo de reflexão. Constitui um empecilho para que se pense adiante. Quando não se pensa adiante, não se pensa: fica-se a repetir, parado. Pensar é errância: busca de acertos em meio a erros. Acerto não é apenas o resultado prático de conseguir o que se pretende.

 

Essa tendência ao eco também encontra eco não só na formação dos arquitetos modernos, onde o enfoque excessivo no tecnicismo não antevê que a evolução tecnológica conduzirá cada vez mais ao trabalho realizado por máquinas, programas de computador e plataformas ainda desconhecidas. O aluno é preparado para tarefas que, em breve, serão redundantes, enquanto a preparação para as futuras demandas é negligenciada. Essa falta de antecipação é um mecanismo de conforto, pois pensar adiante traz consigo desconforto e desafio. Em vez da autonomia do pensamento, há preferência pela submissão.

Se o tecnicismo na formação acadêmica em geral não vê que o trabalho será cada vez mais feito por máquinas, por programas de computação, por plataformas que ainda sequer conhecemos, se o aluno está sendo preparado para fazer o que não vai precisar e não está sendo preparado para o que será preciso fazer, o estabelecido é um negacionismo. Está superado e não sabe que está. É cômodo não pensar adiante. Pensar dói, faz mal, gera mal-estar. Quer-se olhos baixados e joelhos genuflexos, não autonomia do pensar.

 

A universidade brasileira está apenas formando mão de obra especializada, mas não está pensando. Apenas pensa que pensa. Ela é alienada, sem politização. Quer o máximo de produto no mínimo de tempo e gasto possível.

Refletir em uma antiga colônia é apenas aparar e reproduzir a luz da metrópole. Não é espaço de pesquisa para pensamento mais avançado. A piada é que os intelectuais brasileiros tomam como metrópoles de referência países que já se tornaram colônias de uma antiga colônia, com o território ocupado por tropas estrangeiras já não são mais Estados soberanos, mas os intelectuais europeus não ousam pensar isso que os determina e define.

Quem pensa pode pensar errado. Tem de pensar errado. Não pensa quem pensa nos parâmetros do estabelecido. Ele apenas faz variações em torno do já sabido e dito. Quem pensa “direito” supõe que pensa errado quem pensa diferente.

 

“Entender” o dito alheio é fazer a sua tradução para os conceitos de quem supõe estar entendendo. Ele supõe estar, porque reduziu a alteridade à sua egoidade, num ego que é incapaz de saber seus limites porque pressupõe estar apenas dizendo as delimitações e os limites do “objeto” de sua identificação. Ele recobre a “coisa” com seu objeto identitário. É uma ficção alienada.

 

A “pesquisa” proposta por editais tem itens de avaliação problemáticos, que regem tudo há mais de vinte anos. Por exemplo, um artigo vale dez pontos, um capítulo vale dez: e um livro inteiro vale dez! Ora, quem escreveu isso? Quem não consegue escrever um livro e, se escrever, não vai fazer diferença. Outro item diz que só valem as publicações feitas nos últimos dois anos, no máximo cinco: a quem serve isso? É uma discriminação contra quem tem uma vida de produções. Coloca-se como critério que o autor seja de um gênero determinado, de uma etnia, de uma predileção sexual. Isso não tem nada a ver com a qualidade do texto, que deveria ser o único critério. Sob a aparência de ser “criterioso”, é-se discriminador e preconceituoso.

 

O problema é ainda pior. Quem realmente pensa não pode ser avaliado pelos “´pares”, pois ele não tem pares, ele é ímpar, diferenciado, desigual. Os pareceristas vão dizer que é inviável todo projeto que não for viável para as suas limitadas “inteligências”. Quanto mais limitados são, mais poder lhes é atribuído. 

 

Só para dar outro exemplo: nos cursos de Letras faz-se a doutrinação do cânone brasileiro e da gramática normativa da língua portuguesa como se fossem absolutos. Faz-se assim a interiorização do colonialismo lusitano e a propaganda da oligarquia de origem latifundiária e escravista. Sem saber que se faz ou se, sabendo, tanto faz quanto fez, exerce-se a prepotência como se fosse sabedoria.

 

O problema corrente mais sério de leitura talvez não seja sequer o analfabetismo funcional por via eletrônica nem o analfabetismo fático e a falta de leitura da maior parte da população. O texto mais importante na sociedade ocidental ainda é a Bíblia, mas não há um curso de Letras que discuta para valer essa questão, enquanto padres, pastores e doutrinadores ficam ocupando canais e mais canais de televisão, templos e púlpitos, microfones e públicos cantantes para ditar o caminho da salvação. Não há enfrentamento, não há liberdade de expressão. Uma antena emissora é como um púlpito: ditado de cima para baixo, sem perguntas.

 

Pensar exige que se vejam as coisas de fora daquilo que se supõe que elas sejam. Quando se converte uma coisa em objeto do conhecimento, passa-se a crer que a coisa seja este objeto mental, mas ele serve para encobrir o que a coisa é, e a deixa inatingida embora tenha a pretensão de ter resolvido tudo. Que o ser humano seja dominado pela ânsia de dominação que o caracteriza tem por sequela a devastação que ele deixa como rastro de sua presença.

A história da civilização é a história do avanço da barbárie. Só quando passarmos a ver as coisas pelo avesso do que nos tem sido ensinado é que, talvez, possamos começar a pensar. O que se tem feito, por enquanto, é evitar o vazio daquilo que dizemos ser o ser das coisas, fazendo de conta que o que dizemos é o bastante, é tudo o que há para dizer. Só caindo nesse vazio poderemos captar algo do não-ser daquilo que se tem dito que é, só assim talvez aprendamos a voar e pensar. O nosso medo de nos esborracharmos no precipício é, porém, tamanho, que ficamos paralisados, como se congelados no ar estejamos nos preservando.

 

Quando Heidegger, o maior filósofo do século XX, propunha que a coisa se torna coisa pelo mundo em que o homem a insere, voltava a fazer tudo girar em torno do sujeito do conhecimento. Ora, a maioria das coisas que há pelos espaços siderais não são do conhecimento humano, não fazem parte do seu mundinho. Somos uma espécie precária e provisória de animal, que há de desaparecer como milhões de outras já desapareceram. Podemos até rezar para que os ETs nos visitem e possamos nos sentir menos sozinho e angustiados, mas serão apenas rezas nossas. Há muita coisa inexplicada. Nossas explicações antes as encobrem do que revelam.

Jan Mukařovsky tentou uma explicação da arte como um processo de comunicação. O autor seria o emissor, autor de um artefato que, ao ser apreendido pelo receptor, se tornaria um objeto estético. O autor é, porém, o primeiro receptor de seu artefato e, ao constituir um objeto estético, formaria a obra, assim como o receptor, ao reconstruir o artefato mediante as decifrações propostas no seu objeto estético, formaria também a obra. A obra do autor nunca seria idêntica à do receptor. Entender é desentender.

 

Daí se propôs que a do autor seria superior à do receptor, mas isso é problemático, pois muitas vezes o autor não sabe o que realmente é sua obra. Cervantes achava que sua Galateia era mais importante que o Don Quijote, obra que começou como um conto e só se tornou novela por instância de pessoas próximas, só tendo a segunda parte sido escrita para se contrapor a imitações e continuações que já estavam aparecendo. Deixou morrer seu personagem no fim.

 

O que o autor deixa para os outros é a ruína da obra, enquanto os pósteros tendem a deixar a obra em ruínas. Os receptores precisam recriar a obra, para que ela continue viva. Mukařovsky não desenvolveu a diferença entre a coisa que da obra restou, enquanto materialização de uma concepção do autor, e aquilo que a obra se torna com a ressurreição feita pelos receptores. A arte não é um processo de comunicação, ainda que algo disso nela ocorra. Tornar comum o que era de um não é o que a grande obra de arte faz. Ela como que se resguarda em si, ela esconde da vista alheia o mais recôndito que a move. Ela se descomunica.

É preciso, portanto, desconfiar do que semioticistas e filósofos dizem sobre a arte. Quando psicanalistas falam sobre romances, discorrem mais sobre suas teorias profissionais do que se abre ao diferente da obra. Grosso engano dos filósofos é acharem que o belo seja o condutor da ideia, como se as obras de arte fossem ubres cheios em que eles podem ir mamar ideias. O sociólogo que examina arte pode estabelecer correlações curiosas, mas em geral não consegue ver no autor mais que alguém que expressa a opinião de um grupo social.

 

A arte não se resolve pelas ciências do entendimento, pois o belo e o sublime estão além do que pode ser apreendido por conceitos. É preciso a vivência da obra, captar suas pulsões e tensões internas, para sentir sua abrangência. Só começamos a entender uma obra quando captamos algo daquilo que dela não conseguimos entender. Se ela não conseguiu expressar isso, não se realiza como arte. A hermenêutica deve nos levar mais a interrogações do que a respostas.

Brasília, agosto de 2023

Flávio R. Kothe e Júlio César Brasil

Circular de Chamada para Submissão de Artigos Revista de Estética e Semiótica Volume 13, Número 2, Ano 2023

 

Tema: Para Além dos Limites: Pensamento Crítico e Reflexões Estéticas na Sociedade Contemporânea

Prezados pesquisadores, acadêmicos e profissionais,

É com grande satisfação que convidamos aos acadêmicos, pesquisadores e pensadores para explorar as profundas interconexões entre cultura, arte e arquitetura por meio de uma lente interdisciplinar e contribuírem com seus conhecimentos e pesquisas para o Volume 13, Número 2, Ano 2023, da Revista de Estética e Semiótica (RES). A RES é um periódico semestral desenvolvido pelo Núcleo de Estética, Hermenêutica e Semiótica (NEHS) do Programa de Pesquisa e Pós Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (PPG-FAU/UnB).

 

Tema em Destaque:

Neste volume, convidamos à submissão de artigos que aprofundem as intricadas interseções entre cultura, arte e arquitetura sob uma perspectiva verdadeiramente interdisciplinar e enriquecedora. Estamos em busca de contribuições que explorem de forma inovadora questões estéticas, hermenêuticas e semióticas ligadas às manifestações culturais e artísticas, além de examinar como essas expressões dialogam com o ambiente circundante. Incentivamos uma diversidade de abordagens teóricas e metodológicas, todas destinadas a ampliar a compreensão desses domínios. Em anexo, enviamos uma reflexão nossa sobre as questões, para instigar seus posicionamentos:

  1. Desafio à Consciência Crítica na Filosofia da Arte.
  2. Repensando a Educação Superior e suas Fronteiras.
  3. Arquitetura e Identidade Cultural.
  4. Imperialismo, História e Transformações Globais.
  5. Desafios do Pensamento e Reflexão.
  6. Interpretação da Arte e Herança Filosófica.

Áreas de Interesse (mas não limitadas a):

  • Análise semiótica de obras de arte e arquitetura.
  • Estética da cultura visual e suas manifestações.
  • Hermenêutica das formas culturais e artísticas.
  • Impacto das criações culturais no espaço arquitetônico.
  • Interações entre linguagem, imagem e espaço.
  • Reflexões filosóficas sobre arte, cultura e arquitetura.
  • Étíca, Política e Ordem do Discurso.
  • Teória do Conhecimento.

Submissões e Diretrizes:

A RES convida a submissão de artigos, projetos, resumos, traduções, resenhas, fotografias, contos, críticas, entrevistas e matérias que se enquadrem no escopo da revista. Todos os trabalhos serão avaliados por pares dentro do Conselho Científico da RES, garantindo qualidade e rigor científico.

Para mais informações sobre as diretrizes de submissão e as políticas da revista, por favor, visite nosso site: Revista Estética e Semiótica (unb.br)

 

Datas Importantes:

- Data de Submissão: 01/09/2023

- Data Limite de Submissão: 30/09/2023

- Previsão de Publicação: 31/12/2023

Revista de Estética e Semiótica se orgulha de oferecer acesso livre ao conhecimento científico, acreditando que essa prática contribui para a democratização global do saber. Agradecemos antecipadamente por seu interesse e contribuição para a RES.

 

Atenciosamente,

Prof. Dr. Flávio René Kothe

Editor-chefe, Revista de Estética e Semiótica

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APRESENTAÇÃO 

Volume 13, Número 2, Ano 2023

 

A formação brasileira tem sido marcada por séculos de lavagens cerebrais inconscientes. Começou com a Igreja Católica, que assessorava a dominação da Corte e recebia ricas prebendas por isso. As cidades eram construídas em torno de uma igreja matriz, para que todos girassem em torno dela. Isso foi estendido para dentro das escolas, em que se doutrinavam crianças que não tinham tirocínio crítico para pensar por si. Abuso de incapazes nunca foi um nome dado a isso. No entanto, a “inteligência esclarecida” ficou espantada com os delírios golpistas evangélicos, os acampamentos em frente aos quartéis, o chamamento de ETs com celulares para o alto. O ridículo se concentra num ponto para não haver espanto com o delírio permanente da história.

 

Há um século a população brasileira vem sofrendo de PSYOPS, lavagens cerebrais pela mídia segundo os interesses do governo americano, mas esse conceito não é repassado nos cursos das universidades nem na grande mídia. Não há politização no sentido da conscientização dos vetores geopolíticos que atuam sobre nós. Se começou com simples filmes de faroeste, em que se aprendia a torcer pelo mocinho contra índios e mexicanos, expandiu-se pelos “enlatados”, domina as narrativas na mídia e os noticiários que são apresentados. As pessoas reproduzem o que lhes foi doutrinado e acham que estão pensando por si. São marionetes.

 

Qual é a consciência crítica brasileira diante do que se diz em filosofia da arte nos últimos anos? Promove-se Danto como grande novidade, sugere-se que, quanto mais o artefato for lixo reciclado, tanto mais contemporânea e artística será a obra (invertendo a hipótese de Hípias de que belo é o ouro, refutada por Sócrates dizendo que Fídias havia preferido o mármore, a prata e o marfim para representar os deuses) ou que colocar algo como um pissoir numa galeria é um choque estético, temos de concluir que não temos nada novo, mas de novo se cometem enganos antigos. Há carência de informações. O principal é, porém, que não se está vendo o que é mais relevante, algo que vem sendo determinado por uma guerra híbrida entre um mundo unipolar e outro que pretende ser multipolar.

 

Com isso não estamos querendo sugerir que no Brasil se esteja pensando melhor. Pelo contrário, a medianidade do pensamento é assustadora. Os grandes problemas não são postos nem aprofundados. O que prepondera na universidade é certa miopia técnica, que se crê acertada ao só catar detalhes de sua área, sem ver a necessidade de correlação com outras áreas e sem notar que o reexame da dimensão teórica dos problemas práticos muda o modo de os encarar e resolver.

 

A técnica quer resolver um problema, mas não quer pensar adiante. Evita buscar os caminhos que a pesquisa interdisciplinar já vem propondo há tempos. É difícil ser competente em mais de uma área, mas não se é competente em nenhuma se não se for competente em mais de uma. É mais fácil fazer o mesmo de sempre.

Niemeyer dizia que não conhece arquitetura quem conhece apenas arquitetura. O minimalismo, por exemplo, pode poupar custos e aumentar lucros. A geração de arquitetos que exercia uma reflexão humanística mais ampla parece ter perdido seus maiores representantes e não foi substituída por uma geração mais apta a continuar o trabalho. Pelo contrário, tem-se cada vez mais o banimento da reflexão filosófica, sociológica, econômica e, principalmente, política.

 

Desenvolveu-se algo que se tem chamado de “arquitetura verde” e “sustentabilidade”, mas isso tem mais a ver com uma diminuição de custos com água e energia elétrica do que com a discussão das premissas. É mais para fazer o mesmo de sempre. Em vez de se empenhar em romper com os paradigmas estabelecidos, essa abordagem parece contentar-se com modificar superficialmente o status quo. Assim, apesar da intenção de promover avanços, a arquitetura contemporânea frequentemente se encontra aprisionada em uma contradição: almeja inovação, mas muitas vezes produz apenas variações do usual.

 

A aspiração por uma abordagem minimalista extrema emerge como outro exemplo flagrante dessa contradição. Sob a justificativa de buscar a essência do simples, essa tendência frequentemente oculta uma motivação subjacente mais voltada para a economia e a maximização dos lucros. O que aparentemente seria uma busca pela pureza arquitetônica muitas vezes mascara a necessidade de redução de custos e aprimoramento do retorno financeiro.

Por outro lado, observa-se uma paradoxal tirania da uniformidade e massificação no cenário global das construções. Edifícios lisos, espelhados e concretados, desprovidos de individualidade, parecem surgir em profusão, espalhando-se de um polo ao outro do globo. Nesse emaranhado de estruturas, a diversidade de estilos e expressões arquitetônicas dá lugar a uma paisagem repetitiva e homogênea. A busca por eficiência e padronização resulta na perda da identidade própria de cada local e cultura.

 

Assim, a arquitetura contemporânea se encontra em uma encruzilhada intrigante. Enquanto os intentos de inovação, simplicidade e sustentabilidade são proclamados, as forças subjacentes de economia, lucro e uniformidade limitam o alcance dessas aspirações. A riqueza potencial da arquitetura como expressão cultural e artística enfrenta desafios no mundo atual, convidando a uma reflexão sobre os valores subjacentes que moldam o ambiente construído.

A arquitetura se destina a promover conforto. Todos querem uma casa boa numa vizinhança agradável. Uma pergunta primária seria, porém, saber se o ser humano realmente merece isso, se ele é “humano”. Qual é a relação entre construir e destruir? Até que ponto o conforto humano é feito às custas do desconforto da natureza? A premissa simples se torna simplória. A resposta não é apenas apontar para mansões construídas por traficantes em favelas ou condomínios horizontais.

 

Delimitar a validade da premissa exige examinar a relação intrincada entre conforto e mérito humano em um contexto mais amplo. Não se trata apenas de constatar extremos, mas de explorar nuances e complexidades que envolvem o que caracteriza o “humano”. O homem não sabe o que ele é, mas tem certeza de ser melhor do que de fato é. A aparente simplicidade da premissa arquitetônica exige contemplação mais ampla. Não há resposta plena, mas a pergunta transcende exemplos extremados e adentra um terreno que abarca variáveis éticas, sociais e filosóficas.

Vitrúvio não tinha dúvidas em dedicar sua obra ao divino César e se concentrar em promover segundo modelos gregos a construção de templos, prédios governamentais e palácios que mostrassem a grandeza do império romano. Sua “ideia” era ostentar em prédios a grandeza. Isso está no British Museum, na Museum Insel, em Washington. O imperialismo romano tentou ser uma continuação do helênico e foi sucedido pelo grande império da Igreja Católica, que se expandiu por toda a América Latina e nos atinge diretamente.

 

Não é por acaso que Washington foi construída no modelo neoclássico da antiguidade. Os ianques queriam fazer um grande império, segundo os modelos antigos. Os Estados Unidos não são apenas um país, uma república que se diz democrática: são um império, que nos domina e nos controla. Estão em guerra permanente. Os dois partidos que o governam são a favor da guerra. São um país que se formou com o genocídio sistemático dos povos indígenas, a anexação de territórios franceses, a tomada de grande parte do México e só não tomou o que hoje é o Canadá porque a Inglaterra não deixou. Tem quase mil bases militares fora do país: os países tomados deixam de ser soberanos.

Os militares brasileiros têm uma tradição de golpes, a começar com a proclamação da república (que exige ser escrita em maiúsculas, o corretor voltou a avisar, para que se respeite a divindade do gesto, sendo suspeito de monarquista quem não o cumpra), mas no século XX passaram a seguir comandos americanos, assim como Dom Pedro I pouco após a independência fez a indecência de largar o governo no Brasil para obedecer ao que os ingleses queriam que ele fizesse em Portugal. Manter a monarquia teria sido dar força aos latifundiários mais reacionários, mas a república não cuidar dos libertos dizia bem do compromisso militar com o latifúndio. São pequenos exemplos de reflexões que não são feitas em aula.

 

A escola brasileira não desenvolve uma consciência crítica nos jovens. Não houve e não há politização. O problema não é apenas não substituir o livro didático por mídia eletrônica, a ponto de suprimir a leitura de textos densos e longos. O problema é que nem se sabe ler e decifrar a mídia porque a própria mídia corporativa não sabe ler, ou pior, não quer que se leia.

Se a guerra da Ucrânia parece conveniente aos americanos, pois ataca a Rússia sem matar soldados ianques, sem se desgastar com milhares de mortos sendo entregues às famílias nos Estados Unidos, como ocorreu nas tantas guerras em que o imperialismo tem se metido, ela é, no entanto, um sintoma para possíveis mudanças no mundo. O que está em jogo é o rompimento gradual da ordem unipolar, abrindo espaços para a emergência de novas abordagens nas esferas do pensamento, das relações internacionais, do comércio e da convivência entre nações. Mesmo que a análise da situação na mídia corporativa não vá além da visão superficial, os fatos continuam a carregar as contradições. Isso reforça a necessidade de examinar cuidadosamente não apenas os resultados imediatos, mas também os efeitos mais amplos no tabuleiro das relações internacionais e das nossas reações mentais.

 

Estamos em plena guerra, militar e digital, fazendo de conta que a militar ainda não nos atingiu, embora esteja explodindo em vários lugares. O BRICS-11 pode ser uma virada na história, mas não é certo que estejamos à altura dessa mudança. A nossa vocação é negacionista. Negamos a morte como negamos que a guerra digital esteja conosco. Estamos mortos no espírito e não sabemos: somos imortais porque já morremos, não podemos morrer mais. Cadáveres adiados que procriam cada vez menos ideias. A agressiva política identitária, se for parte das Psyops em curso, serve para esconder o problema da desigualdade social, da contraposição entre ricos e pobres inerente ao capitalismo. Não pensar e ficar grudado na televisão não irá resolver as coisas: são formas de fuga, como são as religiões.

 

Essas ânsias imperiais que marcam a história e são etapas de seu percurso mostram a predominância de um ser dito humano mas que é dominado pela vontade de poder: ele trata de se impor a quem puder, a tudo que puder. A técnica é a aplicação prática dessa ânsia de dominar. Ela quer resolver coisas práticas, sem discutir seus fundamentos. Ela não pensa adiante. Acha que o que importa é o que está no horizonte do que ela olha. Não só, porém, horizontes se deslocam com o andar, dando novas perspectivas a quem quer olhar: as coisas se tornam diferentes, não são mais as mesmas.

 

Quando de uma coisa firmamos um objeto de conhecimento, fazemos de conta que a coisa é esse nosso objeto; da perspectiva da coisa, o nosso objeto a deixou intangida e intocada. Recobrimos com linguagens várias as nossas percepções, tendo a ânsia de que, quanto mais signos usamos, mais chegamos às coisas, enquanto de fato mais delas nos afastamos. De certo modo, a coisa é o inconsciente do nosso objeto de conhecimento, que se torna então um objeto de encobrimento.

 

Quando se fala em hermenêutica, supõe-se que ela seja um modo de explicar e explicitar o que estaria contido num texto: o “conteúdo subjacente”. O que aí se faz é, no entanto, a tradução do seu desconhecimento ao nosso modo de entendimento. Não se vê o que foi “contido”: impedido de ser acessado, manipulado para que não se visse. Não entendemos o “original”, pois ele se torna a projeção de nossa reconstrução, a tradução de nós no outro como se fosse o outro. Traduzimos como original a tradução e versão que dele fizemos para nós.

 

A “análise” deveria partir de um não-texto, de algo que não é o texto que nos é apresentado para ser explicado e explicitado em outra linguagem. A análise precisa se negar como mera aplicação de esquemas a priori para poder chegar a si mesma. O texto proposto só se entende a partir do texto não posto. A compreensão do texto dado emerge somente em relação ao texto que só foi “presenteado” como ausência, escamoteado. O ausente, aquilo que não foi dito, pode delinear, porém, com mais clareza o perfil do que nos é proposto e imposto. A compreensão do ser se sugere e surge a partir da concepção do não-ser. Só se pode pensar o ser a partir do não-ser, mas também o não-ser só a partir do ser.

 

Por que existe o ente e não o nada? A questão de Leibniz tinha uma teologia evidente: porque Deus assim o quis. E se não há deus nem vontade? Será que as coisas são como o homem pretende determinar que elas sejam? É essa vontade de poder que de fato move toda a tradição filosófica, científica e técnica ocidental?

Não basta Heidegger dizer que a dominação americana sobre o mundo é uma continuação da ânsia europeia de dominar e colonizar o mundo. Há uma diferença aí. No que ele diz, é como se a Europa continuasse a dominar o mundo numa Europa dominada. Falta ver que a Europa – com suas antes poderosas metrópoles coloniais – se tornou colônia de uma antiga colônia britânica. Os pensadores europeus não sabem pensar isso, não ousam pensar que seus Estados não são soberanos. Os que tentaram foram eliminados ou postos de escanteio. Eles têm medo de pensar o que dói no seu orgulho de antigas metrópoles, ora invadidas por carentes das antigas colônias e lutando para manter formas de neocolonialismo.

 

Aos poucos surgem preocupações com a preservação do meio ambiente e com a necessidade de pensar o social em termos de ecossociologia. Elas não chegam, porém, a ver o “humano” da perspectiva das vítimas. Endossar a dominação da natureza é aceitar a dominação social. A arte tem dado sustentação e apoio a ambas. É preciso desconfiar de sua aura e seu tabu.

A história da civilização tende a ser uma história de destruições, que se vê só como construção positiva. Há um endosso dos senhorios do passado para acatar a dominação ora vigente: submeter-se. Essa visão retrospectiva limita o pensamento prospectivo, tornando difícil a formulação de soluções avançadas.

Quando a projeção para o futuro é negligenciada, ocorre uma interrupção no processo de reflexão. Constitui um empecilho para que se pense adiante. Quando não se pensa adiante, não se pensa: fica-se a repetir, parado. Pensar é errância: busca de acertos em meio a erros. Acerto não é apenas o resultado prático de conseguir o que se pretende.

 

Essa tendência ao eco também encontra eco não só na formação dos arquitetos modernos, onde o enfoque excessivo no tecnicismo não antevê que a evolução tecnológica conduzirá cada vez mais ao trabalho realizado por máquinas, programas de computador e plataformas ainda desconhecidas. O aluno é preparado para tarefas que, em breve, serão redundantes, enquanto a preparação para as futuras demandas é negligenciada. Essa falta de antecipação é um mecanismo de conforto, pois pensar adiante traz consigo desconforto e desafio. Em vez da autonomia do pensamento, há preferência pela submissão.

Se o tecnicismo na formação acadêmica em geral não vê que o trabalho será cada vez mais feito por máquinas, por programas de computação, por plataformas que ainda sequer conhecemos, se o aluno está sendo preparado para fazer o que não vai precisar e não está sendo preparado para o que será preciso fazer, o estabelecido é um negacionismo. Está superado e não sabe que está. É cômodo não pensar adiante. Pensar dói, faz mal, gera mal-estar. Quer-se olhos baixados e joelhos genuflexos, não autonomia do pensar.

 

A universidade brasileira está apenas formando mão de obra especializada, mas não está pensando. Apenas pensa que pensa. Ela é alienada, sem politização. Quer o máximo de produto no mínimo de tempo e gasto possível.

Refletir em uma antiga colônia é apenas aparar e reproduzir a luz da metrópole. Não é espaço de pesquisa para pensamento mais avançado. A piada é que os intelectuais brasileiros tomam como metrópoles de referência países que já se tornaram colônias de uma antiga colônia, com o território ocupado por tropas estrangeiras já não são mais Estados soberanos, mas os intelectuais europeus não ousam pensar isso que os determina e define.

Quem pensa pode pensar errado. Tem de pensar errado. Não pensa quem pensa nos parâmetros do estabelecido. Ele apenas faz variações em torno do já sabido e dito. Quem pensa “direito” supõe que pensa errado quem pensa diferente.

 

“Entender” o dito alheio é fazer a sua tradução para os conceitos de quem supõe estar entendendo. Ele supõe estar, porque reduziu a alteridade à sua egoidade, num ego que é incapaz de saber seus limites porque pressupõe estar apenas dizendo as delimitações e os limites do “objeto” de sua identificação. Ele recobre a “coisa” com seu objeto identitário. É uma ficção alienada.

 

A “pesquisa” proposta por editais tem itens de avaliação problemáticos, que regem tudo há mais de vinte anos. Por exemplo, um artigo vale dez pontos, um capítulo vale dez: e um livro inteiro vale dez! Ora, quem escreveu isso? Quem não consegue escrever um livro e, se escrever, não vai fazer diferença. Outro item diz que só valem as publicações feitas nos últimos dois anos, no máximo cinco: a quem serve isso? É uma discriminação contra quem tem uma vida de produções. Coloca-se como critério que o autor seja de um gênero determinado, de uma etnia, de uma predileção sexual. Isso não tem nada a ver com a qualidade do texto, que deveria ser o único critério. Sob a aparência de ser “criterioso”, é-se discriminador e preconceituoso.

 

O problema é ainda pior. Quem realmente pensa não pode ser avaliado pelos “´pares”, pois ele não tem pares, ele é ímpar, diferenciado, desigual. Os pareceristas vão dizer que é inviável todo projeto que não for viável para as suas limitadas “inteligências”. Quanto mais limitados são, mais poder lhes é atribuído. 

 

Só para dar outro exemplo: nos cursos de Letras faz-se a doutrinação do cânone brasileiro e da gramática normativa da língua portuguesa como se fossem absolutos. Faz-se assim a interiorização do colonialismo lusitano e a propaganda da oligarquia de origem latifundiária e escravista. Sem saber que se faz ou se, sabendo, tanto faz quanto fez, exerce-se a prepotência como se fosse sabedoria.

 

O problema corrente mais sério de leitura talvez não seja sequer o analfabetismo funcional por via eletrônica nem o analfabetismo fático e a falta de leitura da maior parte da população. O texto mais importante na sociedade ocidental ainda é a Bíblia, mas não há um curso de Letras que discuta para valer essa questão, enquanto padres, pastores e doutrinadores ficam ocupando canais e mais canais de televisão, templos e púlpitos, microfones e públicos cantantes para ditar o caminho da salvação. Não há enfrentamento, não há liberdade de expressão. Uma antena emissora é como um púlpito: ditado de cima para baixo, sem perguntas.

 

Pensar exige que se vejam as coisas de fora daquilo que se supõe que elas sejam. Quando se converte uma coisa em objeto do conhecimento, passa-se a crer que a coisa seja este objeto mental, mas ele serve para encobrir o que a coisa é, e a deixa inatingida embora tenha a pretensão de ter resolvido tudo. Que o ser humano seja dominado pela ânsia de dominação que o caracteriza tem por sequela a devastação que ele deixa como rastro de sua presença.

A história da civilização é a história do avanço da barbárie. Só quando passarmos a ver as coisas pelo avesso do que nos tem sido ensinado é que, talvez, possamos começar a pensar. O que se tem feito, por enquanto, é evitar o vazio daquilo que dizemos ser o ser das coisas, fazendo de conta que o que dizemos é o bastante, é tudo o que há para dizer. Só caindo nesse vazio poderemos captar algo do não-ser daquilo que se tem dito que é, só assim talvez aprendamos a voar e pensar. O nosso medo de nos esborracharmos no precipício é, porém, tamanho, que ficamos paralisados, como se congelados no ar estejamos nos preservando.

 

Quando Heidegger, o maior filósofo do século XX, propunha que a coisa se torna coisa pelo mundo em que o homem a insere, voltava a fazer tudo girar em torno do sujeito do conhecimento. Ora, a maioria das coisas que há pelos espaços siderais não são do conhecimento humano, não fazem parte do seu mundinho. Somos uma espécie precária e provisória de animal, que há de desaparecer como milhões de outras já desapareceram. Podemos até rezar para que os ETs nos visitem e possamos nos sentir menos sozinho e angustiados, mas serão apenas rezas nossas. Há muita coisa inexplicada. Nossas explicações antes as encobrem do que revelam.

Jan Mukařovsky tentou uma explicação da arte como um processo de comunicação. O autor seria o emissor, autor de um artefato que, ao ser apreendido pelo receptor, se tornaria um objeto estético. O autor é, porém, o primeiro receptor de seu artefato e, ao constituir um objeto estético, formaria a obra, assim como o receptor, ao reconstruir o artefato mediante as decifrações propostas no seu objeto estético, formaria também a obra. A obra do autor nunca seria idêntica à do receptor. Entender é desentender.

 

Daí se propôs que a do autor seria superior à do receptor, mas isso é problemático, pois muitas vezes o autor não sabe o que realmente é sua obra. Cervantes achava que sua Galateia era mais importante que o Don Quijote, obra que começou como um conto e só se tornou novela por instância de pessoas próximas, só tendo a segunda parte sido escrita para se contrapor a imitações e continuações que já estavam aparecendo. Deixou morrer seu personagem no fim.

 

O que o autor deixa para os outros é a ruína da obra, enquanto os pósteros tendem a deixar a obra em ruínas. Os receptores precisam recriar a obra, para que ela continue viva. Mukařovsky não desenvolveu a diferença entre a coisa que da obra restou, enquanto materialização de uma concepção do autor, e aquilo que a obra se torna com a ressurreição feita pelos receptores. A arte não é um processo de comunicação, ainda que algo disso nela ocorra. Tornar comum o que era de um não é o que a grande obra de arte faz. Ela como que se resguarda em si, ela esconde da vista alheia o mais recôndito que a move. Ela se descomunica.

É preciso, portanto, desconfiar do que semioticistas e filósofos dizem sobre a arte. Quando psicanalistas falam sobre romances, discorrem mais sobre suas teorias profissionais do que se abre ao diferente da obra. Grosso engano dos filósofos é acharem que o belo seja o condutor da ideia, como se as obras de arte fossem ubres cheios em que eles podem ir mamar ideias. O sociólogo que examina arte pode estabelecer correlações curiosas, mas em geral não consegue ver no autor mais que alguém que expressa a opinião de um grupo social.

 

A arte não se resolve pelas ciências do entendimento, pois o belo e o sublime estão além do que pode ser apreendido por conceitos. É preciso a vivência da obra, captar suas pulsões e tensões internas, para sentir sua abrangência. Só começamos a entender uma obra quando captamos algo daquilo que dela não conseguimos entender. Se ela não conseguiu expressar isso, não se realiza como arte. A hermenêutica deve nos levar mais a interrogações do que a respostas.

Brasília, agosto de 2023

Flávio R. Kothe e Júlio César Brasil